Há uma grande quantidade de estudos e pesquisas acerca dos benefício da aprendizagem cooperativa (por exemplo, os estudos dos irmãos Johnson da Universidade de Minnesota) e os benefícios de jogar (por exemplo, o trabalho de Peter Gray ou Stuart Brown). A aprendizagem através de jogos permite um maior domínio por parte do aluno do conteúdo e permite a redução de problemas de gestão de comportamentos e disciplina na sala de aula, enquanto que brincar é essencial para a saúde mental e o desenvolvimento intelectual.
As técnicas e jogos cooperativos demonstraram ainda ser úteis em situações de terapia para melhorar as habilidades de comunicação de crianças autistas e socialmente retraídas. São inclusivos, por isso promovem um “sentimento de pertença”. A importância de um sentimento de pertencimento no desempenho acadêmico é muito importante para o sucesso escolar dos alunos, como pode ser constatado no estudos de Jeffrey Cohen, Stanford.
Outros benefícios dos jogos e das técnicas educativas incluem: criar empatia, visto que a ética subjacente é o cuidado e a preocupação mútuos (ao contrário dos jogos competitivos que alimentam a sociedade hipercompetitiva); são divertidos e trazem felicidades aos alunos (características muito valiosas para a saúde humana segundo a psicologia positiva); ajudam a desenvolver habilidades que permitem a resolução de problemas; proporcionam às crianças a oportunidade de aprenderem a trabalhar em equipa e a comunicarem melhor com o outro; podem promover a coesão e a identidade do grupo; permitem a construção de relações saudáveis pois permitem que as crianças interajam respeitosamente umas com as outras e desfrutem da companhia umas das outras e além disso, muitos jogos cooperativos são jogos fisicamente ativos, por isso ajudam as crianças a manter a boa forma física.
As técnicas e jogos cooperativos proporcionam uma pausa no excesso de competição. Jogos competitivos tem muitas desvantagens, incluindo aumentar a ansiedade nas crianças e reduzir a equidade. No entanto, o sistema educativo é estruturado de forma competitiva. Por este motivo, os jogos cooperativos proporcionam às crianças uma pausa dos efeitos destrutivos do excesso de competição. Eles evitam colapsos emocionais, constrangimento e mesquinhez que normalmente ocorrem nas situações competitivas. Quando os professores permitem que os seus alunos participem em jogos cooperativos, eles comunicam às crianças que a cooperação é uma norma social valiosa. Assim, os jogos cooperativos ajudam a construir um clima social positivo que é seguro e agradável para as crianças.
Os jogos cooperativos permitem emoções positivas pois ativam a apreciação mútua e os sentimentos de amor e bondade. Portanto, eles são uma forma de aprendizagem holística (que pode ser resumida como uma aprendizagem que envolve a mão, o coração e a mente). A cooperação é uma habilidade social e emocional essencial com mil benefícios, incluindo os necessários para as relações sociais saudáveis, o sucesso no local de trabalho e para uma vida pacífica na sociedade em geral.
Resumindo, podemos dizer que as técnicas e os jogos cooperativos ensinam bondade, justiça e demonstram os benefícios da produtividade que vem da interação com outros seres humanos. Assim, estas técnicas e jogos permitem modelar o tipo de interação social necessária às sociedades do século 21, com os seus inúmeros desafios sociais e ambientais. Assim, ajudam as crianças a tornarem-se o tipo de cidadãos que podem criar e desfrutar de uma sociedade sustentável e igualitária. Em outras palavras, as técnicas e os jogos cooperativos ajudam a construir um mundo melhor e este é um grande benefício final para todos - crianças, jovens e adultos.
Referências utilizadas no artigo:
Candreva, T., Cassiani, V., Ruy, M., Thomazini, L., Cestari, H., & Prodócimo, E. (2009). A AGRESSIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O JOGO COMO FORMA DE INTERVENÇÃO. Pensar A Prática, 12(1). https://doi.org/10.5216/rpp.v12i1.4520
Bay-Hinitz, A., Peterson, R., & Quilitch, H. (1994). COOPERATIVE GAMES: A WAY TO MODIFY AGGRESSIVE AND COOPERATIVE BEHAVIORS IN YOUNG CHILDREN. Journal Of Applied Behavior Analysis, 27(3), 435-446. https://doi.org/10.1901/jaba.1994.27-435
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