A primeira vez que a designação “jogo cooperativo” aparece na literatura foi em 1950 através de um pequeno panfleto, cujos autores eram o professor e pesquisador Theo Lentz e a professora primária Ruth Cornelius. Apesar de não ter sido muito divulgado, o conceito defendido por estes autores que seria uma alternativa aos jogos competitivos foi infiltrando-se lentamente na cultura e começou a florescer em diversas formas.
O auge dos jogos cooperativos surgiu nos anos 1960 e 70. Os primeiros pioneiros incluíram Terry Orlick (1982) - professor canadense, inventor dos jogos cooperativos aplicados no desporto e pesquisador); Jim Deacove (1971) que criou pela primeira vez os jogos cooperativos de tabuleiro e tem feito colaborações até os dias de hoje neste campo (chegando a criar uma pequena empresa “Family Pastimes Cooperative Games” onde vende estes jogos); Stewart Brand ((1973) - veterano da guerra do Vietnam que inventou jogos que enfatizavam a diversão e a alegria em vez da obsessão de vencer); Dale LeFevre (1975) - autor de vários livros de jogos cooperativos e fundador da “New Games Foundation (NGF) nos Estados Unidos que levou os jogos cooperativos a vários cantos do mundo e Pat Rose Farrington ( (1971) que defendeu a ideia de que a confiança e cooperação podem ser incorporadas aos jogos e fundou a "New Games Foundation"). John Nash (1978) também deu uma grande contribuição para os jogos cooperativos. Pois foi um matemático que avançou com a teoria dos jogos cooperativos ao mostrar que a cooperação pode ser matematicamente vantajosa em comparação com a abordagem individualista de “cada um por si”, ou seja, matematicamente falando, o máximo benefício para todos os jogadores pode ser obtido através da cooperação em muitas situações em oposição à competição.
Desde o início dos anos 1970, e graças ao esforço e dedicação destes pioneiros, os jogos cooperativos de todos os tipos (jogos de tabuleiro, quebra-gelos, jogos educacionais, etc.) espalharam-se em escolas, campos de férias, locais de trabalho, encontros de ativistas e outros ambientes em todos os lugares do mundo. Ainda assim, os jogos cooperativos permaneceram relativamente sem divulgação e não foram promovidos ou produzidos em grande escala. E vão evoluindo à medida que mais e mais pessoas adaptam criativamente a ideia aos seus próprios usos.
À medida que a necessidade de uma maior cooperação na nossa sociedade torna-se clara, a consciência pública acerca dos jogos cooperativos cresce. Os jogos cooperativos também despertam o interesse dos profissionais ligados à área da Educação, uma vez que jogos cooperativos estão inseridos em quatro grandes tendências pedagógicas: reconhecimento do valor do jogo para a aprendizagem; o reconhecimento da importância da aprendizagem cooperativa; o aumento da atenção ao clima escolar; a utilização de jogos para a aprendizagem de conteúdos. Além disso, os jogos cooperativos digitais têm atraído cada vez mais o interesse de académicos e empreendedores que reconhecem que os jogos cooperativos digitais podem ter aplicabilidade em questões relacionadas com a sustentabilidade e a justiça social.
Referências utilizadas neste artigo:
Peleg, B., & Sudhölter, P. (2003). Introduction to the theory of cooperative games. Kluwer Academic Publishers.
Mendes, M. (2013). Os Jogos Cooperativos: sua colaboração na Integração e Convivência de participantes de um projecto de Esportes Náuticos. http://hdl.handle.net/1884/45334.
https://en.wikipedia.org/wiki/Cooperative_game_theory
http://www.newgamesfoundation.org/
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/2/1/jogos-cooperativos-e-educaccedilatildeo-fiacutesica
https://familypastimes.ca/working-together-the-origins-of-cooperative-play/
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