Os jogos cooperativos apresentam uma nova maneira de jogar. Normalmente nos jogos competitivos tradicionais só um jogador só pode ganhar se outro perder. Os jogos cooperativos são estruturados de modo diferente os jogadores não competem entre si. Em vez disso, eles têm um objetivo em comum para o qual trabalham em conjunto, e ganham ou perdem juntos. A diversão vem da camaradagem e do desafio do jogo, não de ser o único jogador (ou equipa) em pé enquanto todos os outros são eliminados. Pois ninguém é eliminado num jogo cooperativo. O que é eliminado é o incentivo do jogador para vencer os outros, e ser premiado de modo individualista. A competição está tão enraizada na nossa sociedade que nem sempre refletimos sobre ela. É definida como uma atitude em que um ou mais indivíduos esforçam-se em direção a um objetivo que não pode ser alcançado por todos. Todos nós estamos muito expostos isso, desde o desporto, a política, os reality shows, e até na própria sala de aula. No entanto, se pensarmos acerca disso, a competição algo muito duro. O ganho do vencedor ocorre sempre às custas de outra pessoa. A competição tem potenciais desvantagens como a inveja, a ansiedade, o egoísmo, a raiva, e até agressões. A alternativa para a competição é a cooperação, onde os indivíduos trabalham juntos para alcançar um objetivo mutuamente desejável. Com a cooperação todos ganham, e resultados socio-emocionais como a paz, a produtividade, a equidade, e a amizade decorrem dela. Em um mundo onde existe tanta competição, certamente o que precisamos agora são de mais oportunidades de cooperar. E os jogos cooperativos possibilitam uma boa oportunidade.
A capacidade de cooperar tem múltiplas aplicações na educação. Os jogos cooperativos têm muitos benefícios para a ensino de competências socio-emocional como para a aquisição de conteúdos académicos. Assim ao mesmo tempo que aprendem disciplinas como as línguas, a matemática ou as ciências ou outro conteúdo acadêmico ao mesmo tempo que praticam a cooperação e as habilidades socio-emocionais, como aprender a reconhecer e gerenciar emoções, aprender como lidar com o outro de forma saudável, a tomar boas decisões e a adquirir ética e responsabilidade, o que evitará comportamentos negativos. Além disso, os jogos cooperativos relacionam-se com várias áreas da educação, como a educação para sustentabilidade ou a educação especial.
Os jogos cooperativos existem para todas as idades e podem ser adaptados a várias atividades. Desde jogos festivos a jogos ativos, jogos online, jogos de tabuleiro, quebra-gelos, jogos terapêuticos, entre outros. Os jogos cooperativos ensinam a cooperação que consiste na comunicação, partilha, ajuda, compreensão, encorajamento, e participação em grupo. São práticos e produtivos. Mas aprender a cooperar envolve mais do que desenvolver habilidades cooperativas, os indivíduos têm que estar dispostos a cooperar, o que pode ser difícil de alcançar devido à nossa sociedade competitiva. No entanto os jogadores podem descobrir por si mesmos que a cooperação é boa, visto que a maioria das atividades prazerosas para o ser humano são cooperativas. A competição pode aumentar a adrenalina, mas a cooperação reduz o estresse, alivia as tensões sociais e aproxima as pessoas. Os jogos cooperativos motivam a cooperação de outra maneira, ensinando que trabalhar em equipa é uma necessidade prática. Principalmente na sociedade atual em que somos cada vez mais interdependentes e precisamos cada vez mais de cooperar uns com os outros para fazer as coisas. Investigações também mostram que as participações em jogos cooperativos aumentam os comportamentos pró-sociais durante e após o jogo, como estimular a bondade, já que os jogadores têm que se ajudar mutuamente. Além disso os jogos cooperativos também têm uma grande importância devido à sua inclusividade, visto que ninguém é eliminado ou deixado de fora, e todos os participantes são uma parte importante do grupo. É do interesse de todos que cada participante se sinta incluído e dê o seu melhor. Os jogos cooperativos podem também melhorar a coesão de grupo entre pessoas de diferentes origens, ou grupos sociais. Além de que a inserção de jogos cooperativos na sala de aula pode incentivar a união em ambientes com crianças com necessidades educativas sociais ou em risco de exclusão social.
Referências utilizadas neste artigo:
Pimenta Baliulevicius, N. (2006). Jogos cooperativos e valores humanos: perspectiva de transformação pelo lúdico. Fitness & Performance Journal, 5(1), 50-56. https://doi.org/10.3900/fpj.5.1.50.p
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Brotto, F. (1999). Jogos Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um exercício de convivência (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Educação Física.
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